ÉTICA E POSTURA NAS ORGANIZAÇÕES
Salatiel Soares*

Apresentaremos aqui algumas considerações a respeito da importância da Ética na estrutura organizacional; uma vez que a formação de uma empresa requer uma série de elementos que a identificarão como tal, e a Ética passa a ser vista como um instrumento de equilíbrio destas organizações e do relacionamento entre os elementos que a constituem. Fundamentando-se no ato humano, busca-se apresentar, resumidamente, o se entende por ética como ferramenta estruturante no convívio social entre as pessoas.
Embora haja subsídio para elaborarmos um artigo, não se tem aqui tal pretensão; conquanto traçarmos algumas considerações a respeito do assunto, por tratar-se de tema da disciplina “Avaliação de Desempenho”, do curso de Pós-graduação de Gestão de Pessoas, ministrada pela professora Iara Souza.
ÉTICA" é uma palavra de origem nobre, da antiga cultura grega, berço da nossa civilização. Provém de "íthos", que se pronuncia com o "th" semelhante ao inglês e significa "a clareza da alma". O verbo grego "ítheo" significa "filtrar". Assim, uma pessoa possuidora de ética, filtra melhor os estímulos e valores do mundo. Quando eu filtro, eu elimino o que não é bom. Portanto, uma pessoa com ética tem valores morais bem filtrados.
O significado de "ÉTICA" aproxima-se também do sentido de "COSTUME" - a "ética cristã", por exemplo. A palavra "ÉTICA" tem ainda um outro aspecto muito interessante: Quando vamos ao teatro, nem sequer pensamos que estamos repetindo um costume da Grécia antiga, também. E voltamos à palavra "ÉTICA". O grande pensador clássico Aristóteles, analisando a tragédia grega, definiu seus cinco elementos:
O primeiro seria o cenário.
O segundo seriam os meios de expressão do autor, a "lexis", a palavra.
O terceiro seriam as idéias desenvolvidas pelos atores, que justificavam os atos dos personagens da tragédia.
O quarto seria a "mélos", a melodia, constituída não só pelas músicas da tragédia, mas também pelos trajes, as máscaras, os estímulos ao inconsciente dos espectadores.
O quinto, finalmente, seria a "ÉTICA" do ator interpretando, definindo a qualidade dos personagens que agem na tragédia, seu comportamento, seus costumes.
Vejamos, entanto, a seguinte estória:
“Certo dia, enquanto viajava, em seu carro, por uma estrada no alto sertão, em determinado trecho, um dos pneus do carro do seu José furou. Após trocá-lo, seguiu viagem, à procura de um borracheiro.Rodou uma distância bem longa, até encontrar o profissional. Executado o reparo do pneu, o Sr. José comentou com o borracheiro: - Rodei muitos quilômetros na estrada, sem conseguir um borracheiro até encontrá-lo. Parece-me que o senhor é o único profissional nesta região. Pois bem, enquanto fazia o trabalho, fiquei observando e ocorreu-me uma idéia que faria o senhor ganhar mais dinheiro; se espalhasse na estrada alguns pregos, os motoristas, com seus pneus furados, seriam obrigados a parar e solicitar o seu trabalho, aumentando assim o movimento e o lucro da borracharia.
O que achou da minha idéia?
O Borracheiro olhou para o Sr. José, refletiu alguns segundos e respondeu:
- Não acho uma boa idéia! Agindo assim, eu estaria ganhando mais dinheiro, mas enganando outras pessoas. Isto não seria honesto.”
Pois bem, trazendo essa estória para a realidade organizacional poder-se-ía dizer que nas organizações temos várias situações em que somos cobrados a agirmos de diferentes maneiras, mas sempre respeitando o universo do outro, respeitando os princípios éticos. Entendo isto como uma postura que adotamos frente ao mundo circundante. Não se pode abusar das pessoas em benefício próprio. Há quem diga que: Ética é algo que todos precisam ter. Alguns dizem que têm. Poucos levam a sério. Ninguém cumpre à risca...
De uma forma geral pode-se dizer que se as empresas não trabalharem no sentido de serem éticas internamente, não haverá nenhuma possibilidade de se tornarem éticas externamente.
O vídeo apresentado em sala de aula falando sobre CONFLITO ORGANIZACIONAL – pelo Profº Alexandre Freire, Mestre em Administração de Empresas – aborda de forma didática algumas situações em que o profissional precisa pesar entre o certo e o errado, entre aquilo que se pede e aquilo em que acredita; e salienta que é importante que acreditemos em nossas convicções. Lembro que no momento da exibição do vídeo, em sala de aula, lembre-me de fato ocorrido recentemente comigo. Estou fazendo pela UFRPE/UAB o curso a distância de Licenciatura em Computação e na semana passada entrei em conflito com a coordenação da universidade pelo fato da mesma ter marcado aula e prova no dia 09/08 (domingo). Não teríamos tido problema se o referido não tivesse sido o dia dos pais. Penso que o dia dos pais é um dia especial, um dia em que devemos dar atenção a quem fez tanto por nós ao longo de sua vida. Ademais, desrespeitar o dia dos pais é também – acredito nisto – desrespeitar o Criador. Bom, a universidade não abriu mão, a aula aconteceu, juntamente com a prova e eu perdi tanto a aula quanto a prova. Não mudei meu pensamento a respeito, tampouco pretendo pois acredito na instituição família e devemos saber respeitá-la.
Certa feita, em uma palestra que proferi sobre “Qualidade no Atendimento” na COMPESA (Recife) para gerentes de diferentes unidades da instituição no estado, falara que a família é um excelente laboratório organizacional. Quando não há harmonia no seio familiar dificilmente temos uma pessoa que trabalha de forma harmoniosa. Quando não há respeito dentro de casa dificilmente consegue-se respeitar as pessoas fora de casa, pois levamos para o convívio social os nossos conflitos internos. E complementava dizendo: “se você quer atender bem as pessoas em seu ambiente de trabalho comece, então, tratando bem as pessoas com as quais você convive”.

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