AMOR À SABEDORIA


Nada contra as ciências exatas, até porque estou num curso de ciências exatas, conduzindo o barco meio que a deriva é verdade, mas conduzindo-o; conquanto, não posso esquivar-me ao fato de que sou apaixonado pelas ciências humanas. Pesquisar o jeito de ser deste bicho que se diz humano é no mínimo fascinante, instigante.

A coordenação do curso de LC da UFRPE/UAB foi feliz ao colocar na grade curricular disciplinas que nos ajudam a refletir sobre o ser humano. Estudá-lo e investigá-lo nos ajuda a compreender melhor as suas diversas percepções e, quiça, algumas atitudes.

Sabemos que são muitos saberes, porém, busca-se aprofundar o saber não pelo senso comum – obviamente sem desmerecê-lo, até porque ele também tem o seu valor, mas a partir de um senso crítico. Procurando discutir o sentido das coisas em sua essência primeira. Estamos, portanto, falando da Filosofia. Esta ciência que nos estimula a procurar pensar o sentido das coisas, fatos e situações. Sua contribuição, como vimos ao longo deste primeiro capítulo, para a Educação baseia-se no fato de que a partir dos questionamentos sobre o(s) porquê(s) das coisas pode-se inferir a respeito das mesmas.

Mas, falar de Filosofia é também falar de História. Pois, como estudar sobre a mãe de todas as ciências se não estudarmos a partir da própria História? Vejam que esta tem por finalidade registrar os fatos e acontecimentos que vão se desenrolando ao longo da trama humanística. A História nos fala de como o homem foi montando o seu próprio saber e a partir daí construindo aquilo que entendemos hoje como sendo civilização.

Creio que de toda a criação Divina o bicho homem seja a mais instigante e inquietante, uma vez que não se contenta com o simplório. Vive à busca da verdade. Mas, o que é a verdade? Onde está a verdade?

O homem é um ser social e por isso surgiu a Sociologia. Ciência que estuda o homem em seu contexto social. Deixando-nos por contribuição à educação as descobertas de que o seu objeto de pesquisa age de diferentes maneiras por estar inserido em diferentes tipos de grupos e que por não conseguir vive sozinho é, em si, um ser intrinsecamente social.

“Por causa da luz da fogueira e da posição ocupada por ela, os prisioneiros

enxergam na parede do fundo da caverna as sombras das estatuetas

transportadas, mas sem poderem ver as próprias estatuetas, nem os

homens que as transportam.”

Percebam que neste ponto estamos falando de PERCEPÇÃO. Este ser biopsicossocial, como vimos, nem sempre vê os fatos a sua volta como eles de fato são, mas a partir de uma leitura que nem sempre é a real. Assim, tomando a Psicologia como referência pode-se inferir que aquilo que vemos não é necessariamente o que vemos, uma vez que a percepção humana é fruto daquilo que acredita-se como verdade última, ou daquilo que aprende-se como sendo uma convenção.

Um filme que recomendamos a todos os colegas de LC e demais professores e tutores deste curso a distância é: QUEM MEXEU NO MEU QUEIJO? O filme aborda de forma bem humorada o dia a dia do ser humano, ou seja, nosso cotidiano. Seus Personagens Sniff e Scurry, dois ratinhos, e Hem e How, dois duentes, vivem tranquilamente em seu posto de queijo. Com o desenrolar da trama observa-se que é preciso buscar novas oportunidades, traçar metas, ter sonhos para alcançar os objetivos; caso contrário, viveremos num mundo sem conquistas, sem objetividade. E aí, em dado momento do filme, pergunta-se: “o que você faria se não estivesse com medo?” Ora, quando retiramos o medo agimos com mais perseverança. Libertar os prisioneiros – apontados por Platão - é o mesmo que livrar-se do medo e sentir-se LIVRE. Mas, sentir-se livre implica em agir com responsabilidade (responder com habilidade); o que, por sua vez, implica em correr riscos. A percepção do senso comum não corre riscos, posto que trabalha na percepção do status quo (a maneira de pensar e agir de uma maioria). É o velho chavão: manda quem pode, obedece quem tem juízo. Por outro lado, pode-se perguntar: quem manda será que pode e quem obedece será que temrealmente juízo?

O que é a verdade?

“Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim”. (Jo 14,6)

O homem ainda não está preparado para a verdade.

Fechando a nossa síntese, nos foi apresentado Darcy Ribeiro. Antropólogo, dedicou seus primeiros anos de vida profissional ao estudo dos índios e à educação primária e superior. Criou a Universidade de Brasília, foi Ministro da Educação e Ministro-Chefe da Casa Civil de João Goulart na época do golpe militar de 1964.

Vejam que os exemplos postados pelo ilustre Darcy Ribeiro – em nossa apostila - partem de percepções feitas por um grupo de pessoas ou por determinadas pessoas. Não importa. Acreditamos que o que implica neste nosso estudo é a percepção da percepção e a partir daí como as coisas são constituídas. Estejam elas certas ou erradas. Assim, falando de obviedade, Darcy fala em pelo quatro pontos que merecem a nossa reflexão. E a primeira é a questão do movimento aparente do sol; a segunda, a de que os pobres vivem dos ricos; a terceira, a de os negros são inferiores aos brancos e a quarta, a de que – usando as palavras de Darcy Ribeiro - é a obviedade doída de que nós, brasileiros, somos um povo de segunda classe, um povo inferior, chinfrin, vagabundo.

Infelizmente só uma parcela da sociedade brasileira tem acesso a escolas com laboratórios de informática climatizados, PC’s de última geração, biblioteca virtual, assistência psicopedagógica, além, é claro, de plantões pedagógicos; enquanto que, uma outra parcela – essa bem maior – precisa ir às ruas para poder sobreviver. Apesar de todas as dificuldades alencadas pelo nosso Darcy Ribeiro eu acredito que podemos fazer um algo a mais, fazer a diferença.

O grande problema do nosso querido Brasil é que trata-se de um país com extensões continentais. E quando se fala em educação então, tudo parece mais difícil.

Uma história nos conta que um homem caminhava pela praia quando encontrou um jovem rapaz que procurava devolver ao mar as estrelinhas que ia encontrando na praia. O home então pergunta ao rapaz: Que estás a fazer meu jovem? Não vês que não irás conseguir devolver todas as estrelas do mar. E o rapaz pega uma única estrela do mar e diz: Senhor, eu sei que não irei conseguir salvar todas elas, mas, veja esta – mostra-lhe uma estrelinha e devolve-a ao mar – ao menos para esta eu estarei fazendo a diferença.

O ser humano tem percepções diversas da realidade. Infelizmente essas percepções nem sempre condizem com a realidade. Infelizmente, por conta de algumas percepções muitos já morreram, seja por assassinatos ou por suicídios. Em caso de suicídios o que se vê são pessoas que vão ao extremo. Ou seja, pagando com a própria vida o preço por aquilo que elas acreditam.

Comentários

Postagens mais visitadas

FAÇA PARTE DA NOSSA TRIBO!

O PODER DO PENSAMENTO POSITIVO

Saiba como ativar uma atitude mental positiva para alcançar a prosperidade. Com uma leitura fácil e dinâmica te ajudamos a trabalhar a sua mente subconsciente com pensamentos positivos diariamente. Comprar Agora