ESCOLA: e a didática nossa de cada dia

Aprender a aprender, como nos diz a apostila, torna-se o pilar da educação; isto porque os modelos atuais impulsionam profissionais e estudantes – de vários setores, não apenas da educação – a formatarem um novo estilo de aprendizado. Este estilo conduz-nos a aprender, constantemente, a aprender.
Uma matéria exibida no dia 17/04/2010 no Globo Universidade mostra a forma como a UFC (Universidade Federal do Ceará) vem lidando com o quesito educação. Lá, criaram a “Seara da ciência”. Um projeto que objetiva ensinar ciência de forma lúdica. Esta idéia adéqua-se, muito bem, ao que propõe o Governo Federal quando fala em PCN. Acredita-se que a noção de ciclo de aprendizagem envolve a diversidade de ritmo de aprendizagem e a necessidade de a escola se adaptar ao cenário dinâmico que exige o repensar de práticas e estruturas curriculares em sintonia com os avanços no campo da educação. (Cf:.Didática, V1, 2009;p.7)
Uma nota colocada no referido texto adverte sobre o anacronismo (ultrapassado) dos métodos tradicionais e do cuidado que se deve ter com a execução desses métodos, uma vez que o atual modernismo tecnológico cobra-nos uma postura mais energética neste contexto educacional.
Neste novo projeto de contextualização educacional, a escola, conforme apresentado pelas professoras Ivanda Martins e Roseane Nascimento (2009), atual sustenta-se sobre quatro pilares:
a) Aprender a conhecer - visa incentivar o educando a não cessar a sua busca pelo conhecimento e pela pesquisa durante toda a sua vida;
b) Aprender a fazer – contextualiza o social, aqui o educando é estimulado a trabalhar em grupo;
c) Aprender a viver com os outros – a partir do item anterior, proporcionar ao educando a possibilidade de lidar com conflitos e a partir daí fortalecer a sua identidade de ser num universo plurarista;
d) Aprender a ser - visa o aprendizado da individualidade no contexto social, respeitando-se a diversidade de identidades; é o eu convivendo com inúmeros eus-sociais.

Observem que o propósito é contextualizar o aluno dentro de um quadro social onde ele possa agir e interagir de uma forma muito mais ativa que passiva; nesse contexto o individuo passa a ser protagonista da estrutura social ao invés de co-adjuvante. Mudança importante, uma vez que neste espaço cibernético as informações giram a uma velocidade muito rápida e que nem sempre consegue-se acompanhar. Daí o fato de ter-se que aprender a aprender constantemente. Como foi dito, são muitas identidades coabitando um mesmo espaço virtual simultaneamente.
Observa-se, ainda, que muitas vezes os próprios alunos interagem muito mais com esse ciberespaço que os próprios professores; forçando-os –os últimos – a familiarizarem-se o quanto antes com este novo universo educacional.
Celso Antunes (2002,p.09, apud) faz alguns questionamentos que são pertinentes para o momento: “Como a escola deverá agir? Quais procedimentos são esperados do professor? Como transformar informações em conhecimento? Como fazer da tecnologia digital uma ferramenta de mudanças comportamentais?”
De que forma o professor pode estimular os alunos para uma participação ativa no processo dialógico de ensino-aprendizagem?
Parece que há uma resposta em comum aos questionamentos apresentados acima, ou seja, faz-se necessário que haja uma relação dialógica, uma relação interpessoal entre educador-aluno. Neste momento poderíamos citar um teórico humanista (Dr. Carl Rogers) que fala da importância de valorizarmos e respeitarmos o eu do outro, a saber, a partir da “compreensão positiva incondicional”; processo este também entendido como empatia. A apostila cita Paulo Freire indicando que ninguém ensina a ninguém, também a si mesmo, mas mutuamente. Como vê, aprende-se a partir de uma relação dual. O filósofo Martim Buber fala em EU-ISSO para representar a relação subjetiva e a relação dialógica EU-TU para falar da relação objetiva. Na primeira ter-se-ia um envolvimento do eu com o objeto; na segunda relação não há envolvimento. Seria como aquele professor – também citado na apostila, pags 17 e 18 – que domina como ninguém a sua matéria, no entanto a sua relação com o corpo discente é tão-somente cognitiva; diferentemente daquele que envolve os alunos e convida-os a participar da discussão. Interage com eles. O simples fato de colocar a turma em circulo e abrir – provocar – o debate com a turma a cerca de determinado assunto já faz uma grande diferença no processo dialógico da aprendizagem.
Quem nunca teve professores como aquele do exemplo A? Verdadeiros professores enfadonhos.
Quem lembra daqueles que interagiram e proporcionaram a satisfação de poder descobrir um fato novo e a satisfação de sentir-se melhor por ter aprendido algo novo?
Não há nenhuma dúvida que precisamos mudar e revolucionar o sistema educacional brasileiro. No entanto, também observa-se que ainda há muitos professores que se posicionam como verdadeiros repetidores de teorias sem contextualizar sua teoria a pratica. É como preparar uma feijoada e esquecer a pitada de sal. A interação professor-aluno é mais que importante. É a oportunidade de construir um universo educacional juntos e reaprender este sistema. Por outro lado, preocupa-nos o fato de muitos brasileiros dizerem que não gostam de ler. Então, como revolucionar o sistema educacional se as pessoas não têm o hábito da leitura. É simplesmente absurdo um professor dizer que “não tem saco pra ler” Como é isto?????????
O que dizer de professores que sentem prazer quando os alunos tiram notas baixas?
Há quem defenda a idéia de que deveríamos extinguir o sistema seriado de ensino e trabalharmos com um ensino onde o aluno fosse aprendendo continuamente a partir do seu desejo de saber, sua sede pelo aprendizado; obviamente que seria proporcionado a este condições REAIS de aprendizado e não o atual faz-de-conta; onde o professor faz-de-conta que dá aula e o aluno faz-de-conta que aprende e no final encontramos alunos do atual 7º ano do ensino fundamental (antiga 6ª série) escrevendo “kuantidade” ; “preso” (leia-se: preço), entre outras pérolas que encontramos em sala de aula.
Sinceramente, a criticidade e a ética dentro deste contexto educacional cibernético passa pela sede, incessante, de querer buscar e aprender diariamente. Não se constrói uma sociedade sadia com os seus cidadãos – em pleno séc. XXI – jogando lixo nas ruas como se fosse algo normal; homens e mulheres poluindo não apenas os seus pulmões, mas o planeta como um todo; uma sociedade onde é normal construir moradias em pleno lixão e só parar para agir quando famílias são soterradas.
Lembrando Cazuza: Que país é este?
Este momento é mais que oportuno a essa discussão, estamos em pleno ano eleitoral. É hora de questionar e dizer não a pseudo-política. Seres hediondos da sociedade brasileira.

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