Mérito da educação a distância

Por Lucila Cano

Longe de ser especialista no assunto, admiro a revolução que o ensino a distância realiza no país. Essa admiração nasceu do contato com as universidades corporativas. Elas estão entre as primeiras instituições que apostaram na eficácia do método para impulsionar o desenvolvimento profissional dentro das organizações.

Se a princípio o mercado torcia o nariz para os diplomados em cursos a distância, as universidades corporativas foram responsáveis por quebrar o gelo e comprovar, na prática, que o sistema funciona.

Preconceito vencido e com as devidas regulamentações pelo MEC (Ministério da Educação), a partir da criação da SEED (Secretaria de Educação a Distância) em maio de 1996, a adesão de mais estudantes ao método não para de crescer. O mesmo ocorre com as instituições de ensino, inclusive as mais tradicionais do mercado. A Associação Brasileira de Ensino a Distância publicou recentemente resultados de pesquisa realizada em 2009, que são bastante animadores: cerca de dois milhões de brasileiros aprendem a distância e há mais de 1,7 mil cursos no país.

Disciplina é o que vale

Se o conceito do estudo a distância fosse resumido em uma única palavra, esta seria disciplina. Não que ela seja garantia de sucesso e diploma embaixo do braço. Mas o estudante precisa se organizar, seguir uma rotina, realizar os exercícios propostos, rever os erros e concluir etapas. Caso contrário, é melhor desistir da modalidade.

A exigência pela dedicação é compensada por vantagens significativas. Horários flexíveis facilitam a vida de quem trabalha em período integral. A eliminação de distâncias é decisiva para quem mora fora dos grandes centros ou procura cursos específicos, apenas disponíveis em determinada região. Os preços, na maioria das vezes, são inferiores aos dos cursos presenciais.

É preciso que se entenda também a abrangência da educação a distância, a qual engloba desde o ensino básico até os cursos de pós-graduação. Nesse cenário é possível incluir o telecurso, pioneiro da alfabetização de adultos no país e precursor de uma dobradinha que dá certo, principalmente nas universidades corporativas: a soma do ensino a distância com atividades presenciais.

Muitas organizações adotam essa fórmula, a título de mérito. Assim, o funcionário que se sobressai na modalidade a distância de um curso profissionalizante pode ser premiado com um curso presencial complementar, pago pela empresa.

Nos cursos de graduação e pós-graduação, atividades presenciais são obrigatórias e o estudante deve sempre verificar a idoneidade da instituição de ensino, para evitar problemas futuros. Ela deve ser credenciada, autorizada e reconhecida pelo MEC para exercer suas atividades.

Atualmente, há 647 cursos de graduação e 115 instituições que oferecem graduação a distância, segundo a divulgação da Associação Brasileira de Ensino a Distância.

Bom até para magistrados

Um curso sobre gestão das varas especializadas, elaborado pela Enfam (Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados) no formato de videoaulas, vem sendo implantado em parceria pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e pelo CEJ (Centro de Estudos Judiciários). O objetivo é aprimorar o funcionamento de varas criminais e de execução penal do Brasil e envolve magistrados de todo o País.

A notícia, publicada no "Jornal do Commercio", do Rio de Janeiro, (edição de 15 e 16 de novembro/2010), diz que "na avaliação da maioria dos quase 150 juízes inscritos, o curso a distância é mais eficiente do que o presencial". É o princípio da videoconferência a serviço da otimização de tempo e recursos. Os magistrados não precisarão sair de seus gabinetes para assistirem às aulas, nem para interagirem com seus colegas e com o orientador do curso.

Seja por videoconferência, televisão, rádio ou e-learning, no computador ou até no celular, a educação a distância pode fazer uma senhora diferença na qualificação do cidadão brasileiro, muitas vezes separado do resto do País por distâncias geográficas ou sociais.

* Homenagem a Engel Paschoal (7/11/1945 a 31/3/2010), jornalista e escritor, criador desta coluna.

Lucila Cano

Colunista especialista em temas relacionados ao 3º setor;
assumiu a coluna em 9/4/2010

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