DIVAGAÇÕES DE UM POETA
Perdido
em suas divagações,
O
poeta percorre imerso
- em seu próprio vazio cósmico.
Seu
coração assemelha-se
Ao
sol do meio-dia.
Sua
vista,
Obscurecida
pela negritude
- do espaço cósmico,
Nada
ver;
E
se ver, nada percebe.
O
seu sentir
É
um misto de incongruência.
Sente-se
como que dissociado
- do seu próprio corpo;
Ver-se
a vagar no nada
E
a interrogar-se:
Aonde
estou?
Que
sentimento é este
A
pungir o meu ser?
Não,
o poeta não está ficando louco.
Vagueia
no nada,
Em
busca da sua essência;
Em
busca de sua completude.
Na
esperança de cair nas graças
- dos Guardiães da Paz
e
poder ser instrumento de conciliação.
Mas
o poeta não está preparado,
Precisa
conhecer-se,
Individualizar-se.
-
quem é, pois, este poeta?
-
um ser em gerundicidade,
Que
busca a forma
Simples
e singela de compor poesias.
Um
ser que ama
E
que é passível de ser amado;
Um
ser que busca
O
dito no não dito,
O
grito de liberdade
No
silêncio silenciado;
Um
ser que oscila
-
entre o ser e o não-ser;
E
que busca sua essência
Em
sua própria existenz.
-
Mas, quem é este poeta?
-
Este poeta é o ser
Que
vos fala...
(Divagações de um Poeta; DINIZ, Salatiel Soares, in: Yasmim, em prosa & verso)
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